O Wing Suit BASE Jumping (ou WingBASE) é um daqueles esportes um pouco complicados de aprender. Isso porque na fase do aprendizado você enfrenta todos os riscos naturais do esporte, porém, ainda sem a experiência necessária para lidar com eles. Uma maneira de minimizar estes riscos é tentar simular situações próximas ao que será encontrado durante este aprendizado.
No caso do WingBASE, as condições de salto são muito diferentes das do salto de avião (Wing Suit Skydive). Os saltos de WingBASE geralmente começam abaixo da altura de abertura do paraquedas do Wing Suit Skydive. Além disso, é necessário estar sempre atendo para evitar a proximidade com o objeto que você acabou de saltar.
Outro ponto bem peculiar do WingBASE é a falta de vento relativo no exit point (ponto de saída do objeto). Quando um piloto de Wing salta de um avião, ele começa a voar sua asa quase que instantaneamente, pois, ele tem o vento gerado pela velocidade horizontal do avião. Já no WingBASE, o piloto tem que “cair” de maneira estável por pelo menos 3 segundos até seu corpo acelerar e “ganhar vento” para voar.
Por estes motivos é necessário que o piloto de WingSkydive que queira se tornar um piloto de WingBASE tenha um conjunto mínimo de habilidades. Entre elas: posicionamento, dominar os flips e comandar estável durante a posição de máximo voo (full flight). Claro que também é muito importante estar bem treinado nas habilidades básicas do BASE Jump (ex.: lidar com panes do velame).
Uma forma segura de treinar estas habilidades é fazer saltos baixos de aeronaves que fiquem paradas no ar ou que tenham uma velocidade horizontal muito baixa, por exemplo, balão e trike (ultraleve que utiliza uma Asa Delta como asa). Este tipo de aeronave simula bem o chamado “vento morto” nas saídas de WingBASE.
Em um salto de avião geralmente o piloto de Wing inicia seu voo a 10000 pés (aprox. 3333m.) e abre o seu paraquedas a 3000 pés (aprox. 1000m). Já em um salto de balão, utilizando o paraquedas de BASE Jump, o piloto inicia o seu voo a 5000ft e pode abrir o seu paraquedas abaixo dos 1000 pés (aprox. 333m.). Por fim, no salto de trike, um piloto geralmente inicia o seu voo ainda mais baixo, a uma altura de apenas 3000ft e também pode abrir o seu paraquedas abaixo de 1000 pés.
Dessa forma, é possível treinar a saída, o voo em velocidade subterminal e o comando em voo máximo. No entanto, com altura suficiente para errar e sem ter que se preocupar em se afastar do objeto saltado. Os vídeos deste post mostram um salto de balão em Boituva (SP) e um salto de trike em Itaipuaçu (RJ). Espero que vocês gostem!
por Gustavo Britto