“Fast and light” – rápido e leve, uma tendência em muitos locais que está começando a ganhar mais espaço entre os trekkers e backpackers brasileiros. Trata-se de reduzir o peso dos equipamentos ao máximo possível para cobrir uma mesma distância de forma mais rápida e mais leve, como o próprio nome já diz.
Muitos fabricantes de equipamentos estão atentando para esta faixa de público alvo e já começaram a produzir equipamentos cada vez mais leves. Muita coisa pode ser feita para entrar neste mundo, e é isso que eu pretendo explicar aqui, confira algumas dicas do que pode ser removido ou trocado na sua mochila para fazer você andar mais leve por aí!
1. Pese todos os seus equipamentos!
A melhor forma para saber o que está ajudando a aumentar o peso da sua mochila é justamente pesar tudo que você vai carregar! Assim você poderá trocar ou mesmo deixar de lado os itens mais pesados. Separe os mais pesados e pense nas soluções!
2. Deixe em casa tudo que for desnecessário!
Você realmente precisa daquele par de chinelos no camping selvagem? Que tal trocar aquela faca maior e mais pesada por uma de lâmina mais curta e leve ou mesmo por um canivete suíço? Gadgets desnecessários podem ficar em casa – leve o celular com a bateria carregada e ainda assim não use muito para ter sempre uma forma de comunicação, caso seja necessário e se houver sinal, é claro. Pense em um travesseiro inflável, ou mesmo em usar alguma roupa como travesseiro.
Altímetros, barômetros, bússolas digitais e relógios podem ser encontrados em gadgets únicos atualmente, menos coisas!
3. Os grandes vilões – barraca e saco de dormir
Depois que você pesar as suas coisas provavelmente você encontrará uns 4 vilões principais: barraca, saco de dormir, comida e água! Vamos falar dos dois últimos depois, mas veja o que podemos fazer com a barraca e o saco de dormir:
– Barraca: Será realmente que você precisa dela? A “segurança” dada pela barraca é um plus que nos faz carrega-la, porém em muitos casos é perfeitamente possível deixar a barraca de lado e acampar usando redes (mas verifique se existem pontos para fixa-la onde você vai), sacos de bivaque (ou mesmo bivacar sem o saco próprio para isso), abrigos naturais ou abrigos estruturados, quando estes existirem. Se você é do time que não abre mão da segurança da barraca pense em trocar aquele modelo mais antigo e pesado por um modelo mais leve e técnico, isso será um gasto a mais no seu bolso, mas também um peso a menos nas suas costas… O outro problema da barraca é o volume que ela ocupa dentro da mochila, ou mesmo fora… Eu ando encolhendo as minhas barracas cada vez mais e em alguns casos eu simplesmente deixo elas em casa!
– Saco de dormir: Aqui você tem algumas boas opções também. Eu costumo levar um saco de dormir mais leve e menos volumoso para as trips aqui no Brasil, algo em torno de +10º. Assim eu não carrego tanto peso e volume, para não passar frio eu costumo dormir com as roupas de frio que já estariam na minha mochila em um trekking de montanha e as quais eu não deixaria em casa de jeito nenhum. Sendo assim eu alivio o peso no saco de dormir e não passo frio. Vale citar que esta dia funciona aqui no Brasil, nada de sair para Patagônia ou lugares frios assim com um saco para temperaturas positivas!
Informações sobre o Micron X-Lite – http://www.nautika.com.br/lazer/nautika/Produtos_Detalhe.aspx?cat=50&id=370
Outra coisa que eu faço muito é trocar o saco de dormir por um liner, no caso um Thermolite Extreme da Sea to Summit, sempre que o local é quente o suficiente para isso (em geral trips de litoral e no verão) eu nem penso duas vezes, deixo o saco de dormir em casa e levo o liner. Foi assim em um bivaque este ano em umas praias aqui do Rio. Mas eu já usei o mesmo liner em uma trip em Itatiaia, na ocasião eu estava com uma barraca e com mais um pessoa na barraca – o que ajuda na manutenção da temperatura. No caso do isolante térmico, os mais leves costumam ser os de EVA mesmo, aqueles mais simples, porém, eles fazem volume e nem sempre são confortáveis, uma opção para fugir do volume são alguns modelos de isolantes infláveis, eles pesam até mais dos que os de EVA, mas lhe darão mais conforto e dependendo do modelo cabem no bolso lateral da sua mochila!
4. Escolha itens que podem ter vários usos!
Aqui eu costumo levar uma panela pequena que em muitos casos acaba servindo de prato também.
– Ah mas eu não gosto de comer na panela! Larga a mão da frescura, hein!
5. Falando da cozinha…
Escolha um fogareiro pequeno e leve e um jogo de panelas igualmente pequenas daquelas que podem ser guardadas umas dentro das outras! Ainda assim deixe algumas delas em casa e leve somente a panela que você vai usar. Essa tarefa é mais simples quando cada pessoa envolvida na viagem tem seu próprio fogareiro e panelas, o que na minha visão é melhor do que juntar todo material de cozinha com uma pessoa e incluir no meio uma panela grande – juntar o material não é o problema, já que ele poderia ser redistribuído pelas mochilas, mas a panela grande é um estorvo pra carregar!
Informações sobre o Fogareiro Júpiter: http://www.nautika.com.br/lazer/nautika/Produtos_Detalhe.aspx?cat=52&id=530
Escolha talheres, pratos e copos leves! Existem vários assim no mercado, e mais um vez a Sea to Summit se destaca com a linha de objetos colapsáveis e talheres dela.
Leve somente os potes necessários e se alguma coisa for passível de ser re-embalada faça isso! Aqui eu eventualmente levo uns CupNoodels para a trilha, para não carregar o volume dos potes eu tiro eles da embalagem original e coloco cada um em um saco do tipo “ziplock”. Os potes ficam em casa e a minha panela pequena já tem a marcação da quantidade de água exata, basta aquecer a água, jogar o macarrão na panelinha, tampar e esperar.
Combustível! A dica aqui é fazer o cardápio do camping em casa e anotar quanto de gás você precisa, assim você vai saber quantos cartuchos de combustível irá levar! E não carregará peso extra!
6. Comida e água!
Dê preferência para comidas mais calóricas e com valores nutricionais maiores, neste ponto as comidas liofilizadas podem ajudar – assim você reduz o volume na mochila sem perder o que precisa. Procure itens com mais carboidratos e proteínas – queijos defumados, salames, peito de peru defumado, carnes liofilizadas, macarrão, pães, leite em pó… Não precisar levar tudo, apenas equilibre o cardápio!
Concentre as melhores refeições no café da manhã e no jantar, ao longo do dia consuma frutas desidratadas, nozes, biscoitos, pequenos sanduíches, barras de cereal e proteína, chocolates, carboidratos em gel, fatias de salame, frutas, e líquidos (isotônicos em pastilhas são ótimos para repor os sais minerais perdidos sem agregar peso ou volume na sua mochila), enfim monte um cardápio de acordo com a sua necessidade e a viagem! Mas sem exagerar no peso!
No caso da água, eu costumo carregar no máximo 2 litros de água na mochila, a média fica entre um litro para trilhas mais curtas e dois litros para as mais longas e vou enchendo as garrafas sempre ao longo do caminho. Ainda assim em alguns casos não podemos deixar de carregar muita água, como na Serra Fina, onde os pontos de coleta são distantes! No meu caso, quando carrego até 2 litros eu costumo fazer o seguinte: ao achar um ponto de água potável eu bebo bastante água das minhas garrafas e encho elas novamente, assim eu me mantenho ingerindo água em quantidade e mantenho as reservas com um bom volume. Não se esqueça de ter Clorin ou Hidrosteril na mochila para purificar a água!
7. Roupas
Deixe as roupas desnecessárias em casa. Uma boa ideia para um trekking de três dias é levar uma roupa no corpo desde a saída de casa (essa será a roupa do primeiro dia), a calça pode ser para mais de um dia – na verdade para a trip inteira (escolha uma calça-bermuda). Leve uma camisa e uma calça bermuda para dormir (essa servirá como roupa limpa para voltar) e leve uma camisa extra. Pronto, mais nada. Roupas íntimas para cada dia (algumas pessoas abrem mão disso também, levam uma vestida e uma de reserva apenas – aí vai de cada um). Um anoraque sempre e, se o local pedir, outras peças de frio, que em geral só são usadas no final do dia quando o sol se põe e esfria mesmo ou quando estamos acampados – em deslocamento raramente eu uso roupa de frio aqui no Brasil no máximo uma segunda pele.
Camisas de dri-fit são mais leves e secam mais rápido, bem como as calças de tecido sintético, evite os tecidos de algodão ou jeans!
8. Higiene pessoal
Se for possível tomar banho: um pedaço de sabonete pequeno e biodegradável, uma toalha técnica (como esta aqui) e só!
Se não for possível tomar banho: leve lenços umedecidos (desses para bebe) ou gel para limpeza corporal (tem nas farmácias), isso já dá pra segurar a onda até a trip acabar, e a vantagem é que você já não precisa levar tolha e sabonete, srrsrsrssrsr!
Além disso leve: desodorante, pasta de dente e escova pequenas, filtro solar e repelente (leve quantidades menores em potinhos) e os remédios necessários. E nada a mais!
9. Reduza a mochila!
Deixe a cargueira grande em casa e reduza a mochila também, afinal de contas ela também pesa! Alguns modelos de mochila entre 32 e 45L tem capacidade para transportar bastante coisa se a organização for racional e os equipamentos forem escolhidos corretamente! Teste!
Informações sobre a Deuter Pilgrim – http://deuter.com.br/detalhes-mochila-pilgrim-40-10
10. Leve sim, mas seguro também!
O que deve estar sempre na mochila:
– kit de primeiros socorros e remédios de uso diário
– apito
– bússola e ou GPS e mapa
– telefone com bateria carregada – mantenha ele desligado para poupar bateria!
– anoraque
– lanterna e pilhas reserva
– purificadores de água
Até a próxima! Bons ventos sempre!
Boa leitura, excelentes dicas, bom seria vc dispor endereço de onde comprar esses equipamentos, selecionar umas três opções que daria para se comparar preços, eu mesma mora numa cidade onde tenho que comprar meus materiais para atividade outdoor quando viajo e que encontro, ou pela internet.
Olá Zeneide! Já que comprar pela internet é uma opção para você basta pegar os nomes dos produtos e jogar no Google! Você vai encontrar diversas lojas online vendendo esses itens! Ainda assim eu vou deixar aqui algumas lojas que eu confio! Não sei se todas tem todos os itens que listei acima, mas são lojas de confiança! Abraços e boas trips!!
http://www.adventura.com.br
http://www.orientista.com.br
http://www.armazemaventura.com.br
http://www.arcoeflecha.com.br
http://www.mundoterra.com.br
http://www.territorioonline.com.br
Muito boa a dicas Mario, estou vendo de fazer a minha primeira trekking, vi algumas que rola de fazer em um FDS etc, queria saber de você quais itens seriam indispensáveis, aqueles coringas mesmo que você acaba usando varias vezes, calçados, roupas, mochilas etc.
Por ser marinheiro de primeira viagem não possuo nada, acredito que seria legal ter pelo menos o básico, e dependendo da viagem escolhida comprar os itens específicos.
Valewwwwww
Então Eduardo, depende muito! Depende do destino. Mas uma coisa é certa isso aqui é o fundamental para trekkings com acampamento:
Uma barraca boa e leve – eu recomendo a Azteq Nepal (o único ruim dela é que ela precisa do piso que permita a entrada dos espeques – estacas que fixam a barraca – se for um piso de rocha ela não ficará montada)
Mochila – isso é um problema por que você acaba comprando mais de uma para situações diferentes! Eu mesmo tenho 6 no armário! Mas se você for se concentrar em trekkings de 2 dias com camping alguma coisa por volta dos 50-60L já lhe atende. Se forem somente trilhas de um dia de duração sem camping, barraca e afins aí é possível usar mochilas de uns 30-38L. Eu uso as mochilas da Deuter, são mais caras mas compensa o investimento na minha opinião.
Bota – uma boa bota faz a diferença, entre as que você encontra no mercado nacional eu recomendo Vento (antiga Nômade), Snake, Hi-Tec e Salomon. As duas primeiras são nacionais e as duas últimas importadas. O único mal das nacionais na minha opinião é a aderência do solado no piso molhado. Eu uso Snake e Hi-Tec.
Fogareiro – A Nautika e a Azteq tem modelos super compactos de fogareiro, que usam um cartucho barato, de boa duração e fácil de transportar. NO caso eu to falando do cartucho TekGas. Olhe pelos fogareiros Júpiter da Nautika e Spark da Azteq.
Saco de dormir – escolha um leve e que faça pouco volume! A mesma dica funciona com relação a barraca! Aqui eu não tenho uma marca preferida, eu uso um da Azteq mas ela já saiu de linha, é o Raptor.
Isolante térmico – é fundamental, comece com os de EVA mesmo! A Nautika tem o mais popular do mercado! Leve e barato, e pro Brasil funciona muito bem!
Anorak – é um casaco impermeável para chuva e vento, deve existir na sua mochila sempre! Quanto a marcas todas as nacionais são bem similares em alguns modelos. Eu uso um Trilhas e Rumos.
Lanterna de cabeça – existem várias marcas no mercado nacional de boas lanternas de cabeça. Elas deixam suas mãos livres e as e led tem uma boa duração das pilhas! Eu uso uma Princeton Tec EOS, mas tem modelos mais em conta no mercado, tanto da Azteq quanto da Nautika também!
Esse é o basicão, aí depois voc~e começa a pensar em jogos de panelas e talheres mais leves, etc! Qualquer coisa só avisar! Abraços e boas trips!
Olá Mário, acabei de comprar pela internet essa mochila pilgrim. Como sou novato do assunto, gostaria de saber se existe algum review sobre ela???
Grande abraço!!!
Olá Aécio, feito por nós não! Eu pretendo fazer um mas ainda não sei quando vai ao ar. Eu uso uma para viagens e trekkings intermediários, gosto bastante dela, veste muito bem na minha opinião, o costado é confortável, acompanha capa de chuva e se adapta bem para estas funções de viagem/trilhas médias e peregrinações. Abraços.
Sobre as roupas descobri a pouco tempo a poliamida, é melhor que a dryfit de poliéster e que a supplex (poliamida com elastano). Secam rápido e não ficam com aquele cheiro ruim depois de um dia de caminhada… Porque cá entre nós, as de poliéster e supplex deixam a gente com uma ‘catinga’ só… rs