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PERU 2010

Salve galera.

Finalmente parei pra escrever e contar para vocês um pouco de como foi nossa temporada de 2010 no Peru.

Cume do Toclaraju

 

Quando voltei da Argentina no inicio do ano estava com vontade de me dedicar um pouco as Altas Montanhas e fiquei com o Aconcagua martelando minha cabeça.

Convidei o Junior (Aconcagua sem Mulas) para abraçar essa idéia comigo e tentar a Rota dos Polacos direta. Belo convite já que ele tinha feito a Rota Normal e esse seria um novo desafio no cume mais alto das Américas.

Não foi difícil convencê-lo e já estávamos tentando viabilizar, montar projeto e etc.

Apresentamos esse projeto pra Proativa e mais uma vez eles colocaram fé em mim e abraçaram a idéia.

Rapelando a Guillaumet (Temporada Patagonica 2010)

 

No projeto eu coloco uma passagem Aérea pra America do Sul na intenção de fazer um treinamento e alinhar as técnicas de gelo com o Junior. Propus Bolívia e o Junior me veio com uma contra proposta de Peru, pois o Russo (Alexei), já o tinha chamado pra essa trip. De pronto eu aceitei, seria mais um país que estaria conhecendo.

Minha viagem começaria 15 dias antes da deles, sairia do Brasil com a Michelle no dia 10 de julho, mas uma semana antes da viagem ela quebra o calcâneo em 3 pedaços fazendo boulder nos 800 (Bloco conhecido na Pista Claudio Coutinho – Urca).

Minha idéia era fazer um treinamento de gelo com ela, como um mini curso de gelo e depois fazer alguma montanha bem fácil de 5 mil.

Bem…. no final das contas eu tava sem minha parceira e a Michelle sem um pé e com duas muletas.

Desconsolado fui parar no Facebook e descobri que Andrea também estaria no Peru nessa mesma época. Pronto, estava resolvido meu problema de parceiro pra esses 15 dias.

 Desembarcando eu fico uns 15 minutos na esteira esperando minhas mochilas e nada delas, junto comigo estavam mais umas 10 pessoas que também tinham vindo do Rio de Janeiro e percebemos que tinha alguma coisa errada com as bagagens.

Descobrimos que a TAM tinha perdido nossas malas e não sabia de seu paradeiro. Por conta disso tive que ficar dois dias em Lima na expectativa do paradeiro de todo meu equipamento de montanha.

Uma pequena fortuna, eu posso dizer que são todos os meus bens físicos.

Na final da primeira noite em Lima descobrimos que as bagagens não tinham saído de São Paula e que estaria chegando em Lima até o final da noite do dia seguinte, mas eu so fiquei tranqüilo quando pus minhas mãos nelas.

Tive que perder esse tempo em Lima, mas com tudo resolvido e com meus equipamento a salvo fui direto para o terminal da MobilTour de onde saia o ônibus para Huaraz.

Huaraz é a cidade base para todas as montanhas da Cordilheira Blanca, fica a 8 horas de Lima e nessa cidade que você vai encontrar agencias de turismo, aluguel de equipamento, guias, e transporte para as Quebradas de onde saem as escaladas.

Chegando em Lima fui direto para Hatun Machay encontrar com a Andrea. É O pico pra quem gosta de escalada esportiva, com mais de 150 vias de quinto ao oitavo grau Frances. Uma Serra do Cipó a 4300m de altitude.

Um Cipó a 4300 metros

 

Ficamos lá uns três dias. No primeiro dia já me jogaram em vias de 6b (fr.) e depois de umas quatro vias eu já tava tomando coro. Fiquei revoltado como eu podia ta tomando coro de vias de 6b, mas logo entendi, estava escalando a mais de quatro mil metros de altura.

Ricardo em Hatun

 

No dia seguinte já tava melhor e no outro melhor ainda, no final já tava saindo uns 7a meio duros. O que me consolou foi que o Nicolau ao chegar lá também tomou coro de quinto grau e vi que isso é normal.

Aclimatei-me bem com as escaladas esportivas e voltamos a Huaraz já pensando nas montanhas.

Arthur em Hatun
 
 “7a tecnic”

 

A grande meta da Andrea era a montanha de rocha Esfinge, mas pra isso eu teria que estar bem aclimatado, então fomo para a Quebrada Llaca, lá escalamos uma via com mais de 150m com um grau geral de quinto que “rabiscava” os 4500.

Indo para Quebrada Llaca.

 

Nesse mesmo dia Nicolau foi deixar seu equipo na base de uma montanha de 5 mil que iria tentar em solitário e pela tarde nos reencontramos no refugio.

O dia seguinte seria de descanso, mas como o Nico tinha desistido da montanha pela aquela face fomos acompanhar ele pelo glaciar e buscar o equipo que ele tinha deixado na base de uma canaleta.

Canaleta bem suicida por sinal, depois que eu vi aquilo pensei: “Que bom que ele não arriscou, toda hora caia pedras do tamanho de uma televisão e tinha uns “ônibus” suspensos pedindo pra cair.”

Voltando para o refugio.

 

Tava com medo de me cansar a toa acompanhando o Nicolau, mas no final das contas foi ate bom para abrir o pulmão e na madruga da manha seguinte estávamos acordando para minha primeira empreitada dos 5 mil metros, o Vallunaraju.

Acordamos de madrugada, comemos uma comida quente da Liofoods com um chá de coca.

 Comida quente pela manha.

 

Saíamos desde o campo base sem conhecer bem a trila, entrando na morena nos perdemos e demos de cara num glaciar alto que ficava bem a direita do “trepe” do glaciar. Nessa de achar a entrada pro glaciar perdemos mais de uma hora, passamos pelo acampamento morena ainda sem luz, mas quando chegamos no glaciar já tinha luz.  

Pronto para entrar no glaciar.

 

A “huella” (nome dado ao caminho que é formado na neve) podia ser vista de longe e era uma verdadeira avenida na montanha.

A Andrea que já tava aclimata de outras tentativas de escalada nos 5 mil foi na frente puxando a cordada, eu ainda me aclimatando sentia os efeitos da altura e do ar rarefeito, mas no final foi tudo de boa.

Av. Vallunaraju n 5520 ;P
 
Cume do Vallunaraju

 

O Vallunaraju com seus 5686 metros não é uma montanha tecnicamente difícil, mas exaustiva se você for tentar sair do acampamento base (4300m), principalmente se for a primeira montanha da temporada.

Descendo.

 

Agora com o pulmão em dia e aclimatado era à hora da verdade.

A Esfinge.

Arquivado em: Deuter, Escalada, Liofoods, Lorpen, Montanhismo, Princeton Tec, Sea to Summit, Suum

2 Comentários em "PERU 2010"

  1. Daniel disse:

    E ai Artur, como estão as coisas? Nos conhecemos em Huaraz (escalamos juntos). Irado o seu relato sobre o Peru. E agora final do anos, vai pra onde? Estou indo pra Mendoza. Abração

  2. Arthur Estevez disse:

    Salve Daniel ……
    Fizemos aqueles boulder né?!?!?!? SHOW!!!!
    Então …. o relato esta em partes……
    Fim do ano estamos indo pro Aconcagua … e passamos em Mendoza.. depois Arenales e por fim Chile ….
    da uma olhada no nosso hotsite: http://expedicaopolacosnoaconcagua.wordpress.com
    Grande Abraço meu camarada…. se der nos vemos em Mendoza….

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