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Escalada em Phantom Spires – CA – USA

Phantom Spires fica a pouco mais de 10 minutos de Lover’s Leap e a meia hora de Lake Tahoe. É uma área de escalada bastante peculiar… são blocos que surgem do nada, no meio da floresta. Alguns são bem grandes e são os “pilares fantasmas”, que dão o nome ao lugar, além dos blocos principais, existem dezenas de blocos menores com problemas de boulders e vias esportivas.

Fui apresentado ao lugar pelo George, um escalador cinqüentão, com idéias bem tradicionais, como não usar magnésio e não usar o rack do baudrier, na verdade ele cortou todo o rack fora e carrega o equipo em uma fita cruzada no corpo… ele também se recusa a usar capacete. Bom, eu não concordo com nenhuma dessas ações “tradicionais”, mas cada um com sua mania. Com rack ou sem rack, o cara é um mestre na arte do jamming… Foi muito maneiro ver aquele “senhor” escalando fendas de 5.10 no mais puro jamming na maior tranqüilidade.
George guiando no Upper Spire

Saímos da route 50 e entramos na pequena estradinha que leva até a área de escalada. Estacionamos o carro e fizemos a fácil e rápida caminhada (cerca de 10 minutos) até os pilares e fomos direto ao principal, o Upper Spire.
Outro “pilar fantasma”, o Lizard Head
A primeira via que entramos foi a Candy Bread 5.8, uma via de duas enfiadas muito tranqüila e de novo tive contato com fendas e fissuras perfeitas para colocações móveis e nenhum grampo a vista. Fizemos essa bem rápido e descemos para a próxima. Na base tinha uma dupla de escaladores de San Francisco que estavam se preparando para entrar na mesma via. Trocamos uma idéia com eles e percebi um exagero que já tinha reparado por lá (na terra do tio Sam). Os caras levaram uns 40 minutos para entrar na via e isso porque estavam fazendo a “luva” de esparadrapo, tão imprescindível em vias mais fortes em que a técnica de jamimg seja predominante, mas ali?? Na boa, achei um baita exagero…
Upper Spire – da pra ver escaladores no ante cume
Descemos um pouco e fomos escalar outro pilar, o Middle Spire. Na descida vi umas pequenas vias esportivas chapeletadas em um bloco. Não resisti ao chamado e pedi para entrar naquelas gracinhas… O George não se empolga com vias esportivas e muito menos com chapeletas, mas topou me dar segurança numa boa. Fiz duas vias (5.10b e 5.10c) amarradão. Uma aresta muita maneira e outra via de regletes. O George até ensaiou entrar na aresta, mas não era a dele mesmo.
George na base do Middle Spire
Ainda era cedo e entramos em mais duas vias totalmente em móvel… adorei!!! A primeira (não lembro o nome) era um 5.8 que passava pelos incríveis “knots” e passa por um “quase teto” muito maneiro. O knots são um detalhe a parte do lugar. São agarras predominantemente redondas, como maçanetas, que brotam em todos os pilares. Descemos e ainda tínhamos tempo para mais uma. Resolvemos entrar em uma fenda no mesmo pilar e nessa eu tive mais uma lição de humildade. A via é uma fenda absolutamente simétrica, perfeita, daquelas que a gente fica sonhando quando vê nas revistas gringas. Pedi ao George para guiar aquela belezinha. Separei as peças e já sai do chão sabendo exatamente o que iria usar e onde, mas aí veio a realidade dura do jaming…
Essa belezinha me deu a maior surra…
A fenda era frontal, sem nenhuma possibilidade de oposição, ou seja, precisava ser escalada no mais puro entalamento de mãos e punhos (ali eu fiquei com inveja das luvas de esparadrapo). É uma técnica absolutamente diferente do que costumo escalar no Brasil e acabei levando uma surra daquelas. No meio da fenda parei e pedi ao George para continuar. Ele como era de se esperar, terminou o trabalho na maior tranqüilidade… no cume agradeci e prometi que iria treinar mais entalamento.
George e eu… felizes da vida após os “trabalhos”
Foi um belo dia de escalada e saímos de lá famintos. Na estrada paramos em um posto de gasolina onde tinha uma daquelas lanchonetes tradicionais americanas. Comemos nossos hamburguers (o meu de soja… juro!!!!) com fritas e seguimos para Sacramento de cabeça feita e ouvindo velhos rock’s que o George (que além de mestre em jamming é músico) me apresentava amarradão.
Urso dando um “alô” na porta da lanchonete
Arquivado em: Deuter, Escalada, Montanhismo, Viagem Tags: Escalada, Montanhismo, Viagem

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