Tudo começou quando surgiu a vontade de conhecer o caminho Real. Já havia feito estudos , contatos com pessoas e etc. A oportunidade chegou com a corrida de aventura “ECOMOTION” que começa dia 19-Nov. em Diamantina. A idéia era fazer o caminho REAL de bike (caminho entre Ouro Preto- Diamantina- 380 km) e participar do ECOMOTION, como apoio da equipe Carbono Zero. O Albert que fará também o apoio da equipe Carbono Zero logo se prontificou em realizar a expedição Real de bike comigo. Por razões de trabalho, só poderíamos partir dia 16-nov e nos restavam apenas 3,5 dias para percorrer os 380 km e chegar em Diamantina dia para o ECOMOTION.
16- Nov- segunda
Partimos de BH para a cidade mais próxima para nossa largada. A cidade de Sabará foi a escolhida como nosso marco zero. Ela é parte integrante de umas das rotas do caminho Real (caminho Sabarabuçu) . Só para informar: o caminho Real é formado por 4 caminhos (caminho dos Diamantes; caminho de sarababuçu; caminho velho e caminho novo).
Saímos de BH ás 11h00min, no carro de dona Marta, nossa grande apoiadora em BH. Chegamos a Sabará ás 12h00min, descarregamos os equipamentos e montamos as bikes e alforjes. Escolhemos um restaurante na praça da cidade e fomos reabastecer para o início da nossa odisséia. Tanque cheio; partimos para a próxima cidade – Caeté (25 km). Foi a pior parte, pois pegamos uma subida bem íngreme de asfalto de 25 km com um Sol e um calor que torramos os conduites do nosso cérebro. Ufa.!!!!!!..chegamos em Caeté exaustos pela forte subida e pelo calor escaldante..Reabastecemos os squezees de água e partimos rumo à Barão de Cocais, cidade fundada no sec. XVIII, com suas belas cachoeiras e forte influência inglesa da época das minas de ouro e diamantes. Após nossa chegada ás 19h00min, fomos para pensão do Sr.Flávio (20,00/dia/pessoa c/ café da manhã).
17- Nov – Terça
18 -Nov – Quarta
Acordamos cedo, às 6:00hs e após o café, partimos ás 7:15min. rumo ao 3º. Dia de nossa jornada. Sabíamos que iríamos encontrar muita dificuldade com as montanhas. Além do mapa, tínhamos também a altimetria da região e não tinha dúvida que iríamos sofrer. Nosso destino era a cidade de Conceição do Mato Dentro (26km), o que nos consumiu infindáveis 4hs de pedal. Com tanta subida e decida fomos bem lentos, com uma média de 9km/h. Chegamos lá ás 10:00hs bem surrados e com alguns problemas de ordem proctológica e circunvizinhança. A cidade de Conceição foi criada em 1702, pelo movimento dos Bandeirantes tornando uma das mais belas cidades de MInas Gerais Colonial.Destaca-se pelas várias igrejas barrocas, pelo salão de pedras, colina da paz e Lagoa Azul. Fomos direto ao centro de informação turística e fomos super bem atendidos pelo Sr. Armando, atual secretário de cultura e patrimônio histórico. Nos informou sobre a cidade e seus atrativos.
Demos uma pausa de 30 min para o lanche e reabastecimento de água. Partimos às 11:00s ruma a cidade de Alvorada de Minas ( 56 km), passando pelos distritos de Corregos, Santo Antônio do Norte ( também conhecido como Tapera) e Itapanhacanga até chegarmos em Alvorada de Minas para o almoço lá para umas 15:00min. O que chamou atenção no caminho foram as belas paisagens das fazendas e do paisagismo local, passando por vários rios e cruzamos uma bela floresta da mata atlântica.. Nos pontos mais altos dá para se ver a serra do espinhaço. Para nossa sorte e conforto, a estrada foi ficando mais plana o que permitiu acelerar nas bikes com o resto de energia que restou da manhã. Nossa estratégia inicial era parar e dormir em Alvorada de Minas. Como o trajeto ficou plano e com subidas suaves, resolvemos parar na cidade mais adiante que foi a cidade do Serro (17 km). A cidade do Serro nasceu em pleno sec. XVII , sendo o grande centro econômico e político da capitania de Minas Gerais.
A cidade é grande e com excelente infra-estrutura. O que chama mais atenção são as ruas de pedra e os casarões coloniais espalhados por toda a cidade, dando um toque de bucolidade e de nostalgia. Na frente da maior igreja da cidade , existe vários bustos de personalidades políticas da época do Brasil colônia. Fomos comer uma boa massa e dormimos profundamente o tão merecido descanso após um dia duro de peleja.
19- Nov – quinta
Após uma noite turbulenta com o barulho da rua, acordamos às 6:00min e após o café da manhã, partimos para nosso último dia de aventura . Faltavam 66 km para nosso destino que era Diamantina. Deixamos a cidade debaixo de um forte nevoeiro e uma fina garoa. Já estávamos bem cansados dos dias anteriores e doloridos. A cidade mais próxima era Tres Barras, à 14 km, que nos consumiu 3 hs de pedal pelas subidas intermináveis. A nossa estratégia para este dia foi administrar o percurso com mais paradas e andando nas maiores subidas para evitar desgaste. Paramos na cidade de MIlho verde, que é uma vila de casas coloridas e possuem a igreja do Rosário em um lugar alto rodeado de grama. Lá de cima avista-se em 360 graus a bela vista da chapada e da Serra do espinhaço. Este lugarejo surgiu como “alfândega” para controle da passagem de mercadoria e pessoas no sec. XVIII. Vale a pena conhecer e possui boa infra-estrutura para o viajante. Na rua central avista-se uma bike toda estilizada no alto de uma lojinha de bicicletas. Chegamos a cidade de São Gonçalo do Rio das Pedras, marcada pelas várias cachoeiras, sendo uma delas ficando dentro do povoado, O caminho é todo de pedra, resquício do calçamento da estrada real. Pegamos uma trilha para cidade de Val, última cidade antes de Diamantina. Fizemos um Dow hill em uma trilha single trak de uns 1,5 km de muita adrenalina. Chegamos lá em baixo com dois pneus furados… Para nossa tristeza e desilusão foi constatar que o lugarejo de Val era só uma rua de casas e nada mais além disso. Estávamos pensando naquele almoço, já no meu relógio marcava
14:00min. Na saída de Val, achamos um bar do Sr. Afonso, pessoa super simples e de grande coração. De ante da nossa desilusão, pediu para sua mulher ( sra. Neuza) que preparasse uma boa refeição. Aproveitamos e trocamos os pneus
era algo apoteótico. A visão da serra de espinhaço e as várias conformações rochosas a perder de vista naquela mar de montanhas nos fez pensar em como O mundo é belo e a vida nos presenteia com gratas surpresas.Regozijados pelo cartão postal,
para procurar nossa pousada e para nossa surpresa encontramos o carro de nossa equipe Carbono Zero acabando de chegar também em Diamantina. Fizemos a festa pelo encontro e pela grande coincidência. Enfim, cumprimos nosso objetivo e vivemos uma grande experiência
Por Charles Sá & Albert Sa
Parabéns pelo Blog.
Façam uma visita ao nosso site e vejam a programação da próxima cicloviagem.
Abraços
João Aquino