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Capitulo 2 – A volta no Gelo Continental

Chalten 2010. Uma temporada fria, dura e que exigiu muita paciência.

– Capitulo 2 – A volta no Gelo Continental.

E passou ano novo…. e passou quase um mês…. e a dor do meu joelho não passava.

Outra coisa que não passava era aquele tempo horrível, quase um mês de mal tempo. Ainda bem, porque meu joelho não melhorava. Confesso que seria bem duro ver a galera toda indo pra montanha e eu ali imobilizado passando pomadinha no joelho.

Pois bem, dia 30 ia dar 8 horas de bom tempo e o Felipe Edney, que já estava um tempo na cidade, junto ao Nicolau queriam aproveitar aquelas poucas horas de janela de alguma maneira.

Na manhã do dia 29 de janeiro fui convencido pelos dois a encarar a empreitada da Travessia do Gelo Continental, mesmo com meu joelho ainda me incomodando.

Arrumei as coisas na correria e saímos umas duas da tarde. Saia sem muitas expectativas achava que meu joelho ia doer na primeira meia hora e ia voltar pra casa. Quando eu vi já estávamos em Playta.

Pra sintonizar a galera que ta lendo: A travessia do Gelo Continental é uma caminhada comercializada em 8 ou 9 dias com aproximadamente 100 quilômetros de percurso, sendo que boa parte dele é em cima do glaciar, a caminhada tem inicio na Argentina entra em território Chileno e volta para a Argentina.

Bem vou narrar essa empreitada.

Eram duas e pouca da tarde e saímos do Rio Eléctrico, que é até onde vai o carro, um horário bem avançado para o que nos propusemos caminhar. Passamos por Pedra Del Fraile na correria para não sermos pegos e ter que pagar o absurdo de 40 Pesos só para cruzar um terreno que nem é do parque e quando vimos já estávamos em Playita.

Playta
 

Pelo horário o certo era ficar ali mesmo, mas desde quando a gente faz alguma coisa certa?? Nossa meta era o Refugio Gorra Blanca e pra lá que continuávamos indo… Mais uma pernada e paramos no inicio do Glaciar Marconi para esquentar uma água, tomar um mate e comer alguma coisa mais “sólida”. 

 

Glaciar Marconi

 

Entrando no Glaciar

 

Paradinha pro Mate

 

Saindo dali o sol já não estava mais tão irradiante e aceitávamos o fato de que iríamos pegar noite no meio do Glaciar.

 

Inicio da Subida para o Passo

 

O vento deu as caras junto com a noite, tentávamos nos orientar pelo terreno e pelo GPS, mas vimos que o frio deixou o aparelho doido e na escuridão branca era impossível achar o Refugio sem o GPS e sem conhecer, então decidimos montar acampamento no meio do Glaciar. Já estávamos bem próximos da virada do Passo Marconi em um terreno com um bocado de gretas, ficamos futucando a neve ate achar um lugar que certamente seria sólido para montar a barraca e ali cavamos uma trincheira para nos proteger do vento.

Montar a barraca no meio do glaciar foi uma aventura a parte, até porque nenhum dos 3 tinha feito isso antes. Sabíamos a teoria, mas na pratica é outra coisa, ventava e nevava muito, ao mesmo tempo que o toldo da barraca queria sair voando, estava extremamente rígido devido ao frio e manipular aquilo tudo de luva ficava ainda mais complicado e ainda bem que o Felipe comprou uma pá de neve antes de sair de Chalten que nos ajudou a cavar a trincheira para por a barraca.

Por incrível que pareça a coisa toda deu certo, cavamos a trincheira, tencionamos os estais da barraca com bastões, crampons e tudo que tínhamos para enterrar na neve e mesmo com os fortes ventos e a neve acumulando em sua lateral a barraca agüentou firme.

 

Atividades noturnas antes de dormir. Comer e derreter gelo pra fazer água

 

Galera indo dormir feito “Sardinha em Lata”

 

Ao acordar as primeiras palavras do Nicolau: “Acho que estou com o Cordão do Torre nas costas.”

Muita neve se acumulou na lateral da barraca, o vento parecia querer levar tudo que estivesse no glaciar, mas mesmo assim foi uma noite agradável e quente, até porque éramos 3 em uma barraca para 2. Acordamos sem muito saber o que iríamos fazer, se iríamos continuar com nossa idéia ou se iríamos abortar e voltar para casa, ou ate mesmo ir ao refugio Gorra Blanca para conhecer. Felipe sabiamente deu a opção de simplesmente sair, sair e ver como iríamos nos comportar do lado de fora da barraca com aquele vento. Se a gente desse conta de desmontar a barraca sem maiores problemas e iniciar a caminhada rumando o Gelo Continental, continuaríamos e se não …….

 

Acordando

 

Saímos da barraca e o sol esquentava nosso corpo, mas o vento ainda insistia em soprar forte e dificultar a desmontagem da barraca, mas também somos insistentes e em pouco estávamos com as mochilas montadas e decidir pra onde ir não foi difícil.

Rapidamente estávamos descendo o Passo Marconi em direção ao Gelo Continental, o sol forte e o vento que já estava bem calmo confirmava a previsão do NOAA de 8 horas de janela, ou seja, teríamos 8 horas para caminhar os quase 40 quilômetros de GELO.

  

Parada no Meio do Gelo Continental

 

Chegando ao que seria território Chileno paramos para tomar o que tínhamos derretido de água antes de sair da barraca. Lembrando que estávamos em cima de um Glaciar, ou seja, bem improvável de ter água derretida muito menos mineral. Tínhamos que estar o tempo inteiro tomando Gel e acrescentando o SUUM à água para repor os minerais e reidratar corpo.

O sol ajudou muito nessa parada… Foi um dos visuais mais incríveis e lindos que eu já tinha visto em toda minha vida.

Mais uma do Nicolau: “Essa é a parda mais irada que já fiz em toda vida”. (ele não sabia o que estava por fazer, ver nos próximos cap.)

Voltamos a andar ainda com o sol, mas antes do Circo de Los Altares o vento voltava a bufar com força. Ainda controlávamos nosso corpo e por muitas vezes deixávamos ser levados. Ainda bem que o vento soprava ao nosso favor os famosos ventos oeste da Patagônia pode jogar um corpo de 80 quilos metros de distancia.

 

Solidão Branca

 

Circo de Los Altares – Torre parcialmente tampado

 

Ao passar pelo Circo cogitamos a possibilidade de parar e esquentar uma água para um mate, chegamos a tirar a mochila e o fogareiro, mas em poucos segundo percebemos que isso era uma completa idiotice e deveríamos tocar nos contentando apenas com uns goles de SUUM e uma Barra de Proteína.

Uma nuvem negra vinha de noroeste e outra branca e carregada vinha de oeste, já avistávamos a ponta rochosa do outro lado do glaciar, onde supostamente sairíamos do gelo. Pensamos em dar mais uma paradinha rápida, mas nem isso foi possível, juntamos os 3 para dar uma orientada pelo GPS e me veio: “Eu não paro de andar enquanto  não chegar naquele braço de pedra…. vou chegar lá antes que aquilo (a nuvem) chegue em mim.”

Estávamos acabando de atravessar o Gelo, já tínhamos passado pelo Torre e pelo Cordão Adela, margeávamos o Co. Murallon Del Viedma, já avistávamos o Glaciar Viedma e era hora de destrepar do Glaciar.

Teoricamente isso seria fácil, mas não foi. Chegamos a um lugar onde de um lado tinha uma morena muito íngreme e toda irregular formada entra a parede de rocha e o glaciar, do outro uma parede de gelo vertical com mais de 20 metros para baixo e no meio um labirinto de Seracs (grandes blocos de gelo e neve soltos) que julgávamos perigosíssimo.

Bem, se não tem tu vai tu mesmo. Entramos pelo labirinto e tomei um perdido, o Nicolau seguiu por outro caminho e foi ganhando a saída ate que botou o pé na terra. De seguida veio mais uma frase dele. “Estamos vivos maluco”. Mal sabia ele que a roubada estava pela metade.

Saindo do Glaciar o vento estava mais calmo, nosso objetivo era a Laguna de los Esquies, mas já estávamos cansados e quase paramos no primeiro lago que vimos. Uma força de vontade que não sei da onde veio, nós vez andar um pouco mais e chegar ao nosso objetivo.

Um lugar abrigado por um bloco de pedra e uma parede de pedras empilhadas protegia a barraca dos fortes ventos.  Mesmo com o vento mais fraco montar a barraca não foi uma tarefa muito fácil. E assim passamos mais uma noite.

“Só pra variar” acordávamos já com o horário bem avançado e mais uma vez saímos do acampamento pra lá das 10 da manha. O vento não estava forte, mas foi só andar alguns metros e ganhar um pouco de altura que vento voltava a soprar forte.

Acampamento da Laguna de los Esquies

 

Iniciando nosso Terceiro e ultimo dia de caminhada

 

Nesse ponto o GPS não ajuda muito e os marcos são escassos, tomamos um perdido e de longe vimos uma trilha mal marcada nas morenas, um corte que nos indicava que alguém já tinha passado ali e pra lá fomos. Era uma morena de cascalho pequeno, andar nisso é o mesmo que dar 3 passos pra frente e dois pra trás e quando ganhamos ainda mais altura percebemos que a Laguna Ferrari estava bem abaixo da gente e pelo mapa e GPS a trilha deveria passar lá em baixo.

Decidimos seguir entendemos aquilo como um corta caminho que nos levaria direto ao Passo del Viento e assim foi. Foi sendo jogado de um lado para o outro pelo vento ate o Passo, muitas vezes tínhamos que deitar pra não ser jogado morena a baixo pelo vento.

Sendo jogado de um lado para o outro pelo vento

 

Na virada do Passo del Viento

 

Ao passar pelo Passo del Viento sentamos para comer e descansar, pois ainda teríamos uma bela pernada pela frente. Descer uma morena interminável, cruzar mais um glaciar pequeno, mas que deu trabalho no destrepe, achar e passar a tirolesa, para ai sim chegar a Laguna Toro e respirar aliviados.

 

Tirolesa que passava por cima de um rio caudaloso

 

Da Toro até Chalten foi uma passo atrás do outro sem para muito para pensar, parávamos por esgotamento físico mesmo, já bem próximo a cidade os metros viraram quilômetros a noite veio e enganava nossas intuições e percepções.

 

Entrando na floresta após dois dias de Glaciar

 

Acampamento Toro

 

Só lembro de uma hora pra outra estar com o pé no asfalto e logo depois sentado no bar do Sebas tomando uma cerva e comendo um sanduba que ele fez especialmente pra gente.

 

Dois dias depois no Bar do Sebas para a despedida do Seblen

 

No Dia seguinte ficamos sabendo que a Kika e o Seblen tinha ido logo atrás da gente numa logística completamente diferente. Eles pegaram um tempo horrível, mas essa historia só eles podem contar !!!

Arquivado em: Equipamentos, Escalada, Minimo Impacto, Montanhismo, Primeiros Socorros

23 Comentários em "Capitulo 2 – A volta no Gelo Continental"

  1. Ramon disse:

    Belo relato camarada! Vocês foram ”solo” sem guia mesmo?
    No mais, poderia me passar os tracklogs, pois penso em fazer tal percurso.

    desde já, obrigado.

  2. Arthur Estevez disse:

    Salve Ramon.
    Sim… fomos sem guia.
    O GPS não funcionou devido ao frio…. so usávamos para orientar e buscar o rumo…. o resto do tempo ficava dentro da ultima camada de roupa.
    Ó Crux é chegar ao refugio Gorra Blanca e a saída do Glaciar. Fora isso é evidente.
    Eu não tenho o traklog……. só o mapa….. o traklog que tava no GPS de um amigo só nos sabotou.
    Não é difícil achar esse tracklog na internet, mas não da pra confiar so nele.
    Compre o velho e bom mapa…:)
    Sobre ir sem guia… tudo depende do seu conhecimento nesse ambiente e sua habilidade pra resolver “problemas”.
    Se for o caso, posso indicar um guia para você.
    Grande Abraço.

  3. Ramon disse:

    Obrigado, poderias me indicar o guia pois?
    Ademais, precisaram usar algum equipo mais técnico, tipo piolet, snowshoes? há algum lance de escalada mais técnica em gelo, ou dá para contornar algumas passagens?

  4. Arthur Estevez disse:

    Cara.. nao levamos as Raquetas não…… Mas é recomendado… Crampon Claro e Piqueta tambem.
    Não existe nenhum passagem tecnica. é tudo caminhada e ficar atento com as gretas no Marconi..
    Fora isso é so alegria…. 🙂

  5. Fernando disse:

    Pessoal como vai?!

    Já foi para a patagonia ( el chaltem e torres del paine ) mas só ficamos nas travessias em terra, estou afim de fazer a travessia do gelo continental no final deste ano, teria como me ajudar no planejamento?!

    Mapas? onde encontro?
    Aluguel de equipo em el chaltem rola?
    GPS onde eu baixo a trilha?
    A ideia é fazer em auto sufiente.

    se puder me ajudar serei grato

    Obrigado

    Fernando

  6. Arthur Estevez disse:

    Salve Fernando………. BELEZA?
    Então camarada, vou seguir na sua ordem.
    Mapas: É o mais importante para planejar sua caminhadas e se orientar.
    Até mais que o GPS.
    Esse mapa vc compra em qualquer loja de equipamento em Chalten. São três lojas e o mapa deve custar uns 30 Pesos Argentina. Diria que fundamental.

    Aluguel de Equipo: Cara, rola….. mas eu não recomendo. Tem pouca variedade e qualidade e só uma loja das três que aluga.
    O que vc pode alugar lá e que não levamos, mas possa ser interessante, são as Raquetas.
    Também rola de Alugar equipo na Empresa Serack.

    Tracklog do GPS: Não estávamos levando o GPS e ele caiu por sorte em nosso colo, mas confesso que ele foi usado vez ou outra para orientação e algumas vezes deu problema por conta do frio. Não foi eu quem peguei o tracklog então não tenho certeza de onde encontrar, mas não é difícil achar na internet.
    Cuidado! Muitos tracklogs encontrados na internet tem falha. O que usávamos mesmo nos mandava ir para um abismo. Não confie 100%.
    A vantagem do GPS sobre o mapa é quando esta ventando muito e vc não pode abrir o mapa. Isso quando ele funciona. rs

    Auto-suficiência: Legal cara….. mas fica esperto. A travessia do Gelo Continental não é uma caminhada pura e banal. Ali você esta num ambiente ermo e de montanha, passa por inúmeros glaciares e incontáveis gretas e as técnicas de gelo devem ser dominadas.
    Lembrando que esse ano duas pessoas de um grupo morreram no Circo de Los Altares após serem pegos por uma tormenta.
    Lembrando também que não é nenhuma face sul do Aconcagua. 🙂

    Mas se vc não tem experiência de gelo, vale a pena entrar num grupo. Se for o caso conheço boas pessoa.

    Cara, fica a vontade pra perguntar que eu vou tentar responder no que puder ajudar.
    Se vc tiver um TIM e ligar grátis: 21 98565421
    Grande Abraço e boa caminhada.

  7. Fernando disse:

    Arthur, Muito Obrigado pela suas dicas e com certeza vou precisar de + e muito +
    Ainda estou no incio das minhas pesquisas sobre o local!
    Na verdade eu não domino as técnicas de gelo só de rocha, escalai só 02x ( Bolívia e patagônia ) mas ambas na companhia de guias.
    Minha maior preocupação é em relação ao caminho ou seja acha-lo! vc acha que o mapa e o GPS são suficientes?
    Com certeza para fazer a travessia vamos entrar em uma janela e no caminho será que encontramos outros grupos mas ir nos orientando.
    Será que rola em ultima hora pegar um guia lá? e se sim vc tem ideia de quanto custa?
    Em relação a equipamento vou ver o que eu providencio e vamos nós falando.

    Minha expectativa é, se o negocio é possível ou é muitoooo arriscado o que vc acha?!

    Abraços!

    Muito Obrigado pela colaboração!

  8. Arthur Estevez disse:

    Salve Fernando.
    Então, o ambiente é de Gelo e é bom estar confortável nesse ambiente.
    Sobre achar o caminho: Vou te falar que a gente tomou dois perdido no caminho, mesmo com mapa e GPS. Principalmente no “trepe”e “destrepe” dos glaciares.
    O Glaciar é um rio que corre bem de vagarinho. Mas ele esta sempre mudando.
    Agora não posso falar que é fácil ou difícil, tudo depende. 🙂
    Mas definitivamente não é uma travessia Petrópolis x Teresópolis.

    Conheço o dono da empresa Sarac (http://www.serac.com.ar/), o Diego.
    Provavelmente arruma um guia em cima da hora sim, ou da pra entrar em alguma outra expedição maior, mas tudo em cima da hora pode ficar mais caro……. ou mais barato.
    Mas é um risco que se corre.

    Talvez até mesmo o pessoal da Serac pode te alugar os equipo ou colocar em um pacote. Tem que entrar em contato com os caras e perguntar.

    Cara….. se você não esta bem confortável no gelo e domina bem as técnicas de resgate em greta e etc. Eu recomendaria um guia.
    Se vc não entrar em nenhuma roubada, os dias de travessia for lindo, ótimo!
    Mas se der alguma merda, o guia vai ta lá pra te ajudar.

    Show.

  9. Fernando disse:

    Arthur fiquei ausente uns dias…mas vamos lá
    Tentei “garimpar” algumas informações pela net e nada.
    Então será o Sr. mesmo que tera que me dar todas as dicas do role, pode ser?!
    Para deixarmos bem claro até para outras pessoas que futuramente vão nós ler, vou dividir minhas duvidas por – icones.

    1º Caminho. ( localização )
    Quero saber se corro o risco de não achar o caminho ( trilha ) então….

    – Sei que El calafate vendem mapas mas vc teria alguma coisa para me mandar? ( [email protected] )
    – No caminho eu consigo ver e acompanhar outras expedições?
    – Os locais de acampamento são+ – certos ? se sim estão nos mapas?
    – Nos pontos de acampamentos vc encontra + pessoas?
    – A trilha é demarcada por totens ou as rochas já são um pouco “gastas” ?
    – Na neve eu consigo ver alguma trilha ou é por “rumo”?
    – Para fazer o caminho de “boa” quantos dias vão?
    – Se o tempo virar no Circulo de los altares por ex. existe a possibilidade de montar barraca no meio do “deserto de gelo” ou os acampamentos ficam em lugares protegidos?
    – passando o camping piedra del fraille é tranquilo para achar a trilha? até o marconi
    – existem trechos de escalaminhada ou é + trekin mesmo?
    – Quando cruzamos os glacias existem algumas marcações ( sei que eles se movimental mas… )
    – Fiz um ace Treking no cerro torre caminhar nos glaciais é + – assim? um monte de ondulação e cheio de gretas…

    bom.. vamos nós falando
    Peço um pouco de paciência e colaboração! hehe
    Quanto + detalhes, melhor.

    Obrigado

  10. Arthur Estevez disse:

    Opa…………
    Tranqüilo…. pode perguntar sim….. estou um pouco agarrado com o trabalho, mas fica a vontade em perguntar, talvez eu só demore um pouco para responder.
    Vamos lá…………….

    – Sim, corre o risco, principalmente depois do “destrepe” do Glaciar.
    Saindo das áreas “urbanas”, ou seja, de Playta até Laguna Toro, tudo é bem selvagem.

    – Não tenho mesmo Fernando. Como falei o trak que tinha estava num GPS que peguei emprestado e não salvei, pois não tenho o programa que visualiza na minha maquina.

    – Não confiaria em seguir outra expedição.
    Talvez os planos da exp. na sua frente é ir ate o Gorra Blanca e voltar. Vc pode acabar perdendo sua janela.
    E vc esta em cima do gelo, uma noite de tempo ruim apaga toda e qq huella.

    – Tem alguns pontos de Acampamento que cada grupo ou exp. usa de maneiras diferentes. Isso depende da estratégia, o tempo e do peso, mas basicamente é Playta, Gorra Blanca, Circulo de Los Altares, Laguna de Los Esquis e Laguna Toro.
    Tem um acampamento ou outro no meio do caminho, mas são precários ou expostos.
    Sim, os locais de acampamento estão no mapa.

    – Não confiaria em encontrar mais pessoas. Se for uma janela grande e bonita provável que encontre, mas eu não garantiria minha viagem nisso.

    – Como falei antes, as trilhas são mais bem demarcadas nas áreas mais “urbanas” (onde turista vai de role). Quando passar de Playta vai ter que usar seu espírito e conhecimento de montanha. Um mapa e um GPS podem ajudar. rs

    – Se guiar por rumo???? Rola….. fiz isso por algum tempo na nossa travessia, principalmente depois do passo Marconi até o destrepe do glaciar principal.
    Mas não da pra confiar 100% nisso, se estiver nevando com vento vc não vê um palmo na frente do Nariz.
    Nosso objetivo no primeiro dia era ir ate o Gorra Blanca, tomamos uma tempestade de neve e vento que tivemos que parar e montar a barraca no meio do Glaciar Marconi antes mesmo virar o Passo Marcani.

    – Comercialmente eles fazem a travessia entre 9 a 12 dias.
    Lembre que quanto mais dias, mais peso.

    – Los altares…… 🙂 Nem vou escrever muito. Ano passodo um grupo ficou preso nos Altares uma galera ficou protegida, outra o vento levou a barraca. Eles ficaram expostos a tempestade só com a roupa e o saco de dormir, um deles morreu o outro foi resgatado com sopro de vida por helicóptero. Trágico isso, mas acontece.
    Não chegamos a entrar em los Altares, passamos voados por fora, mas de longe da pra ver que tem algumas poucas pedras que te protege.
    São poucas, eu não gostaria de ficar preso por conta de uma tempestade ali não….. rs.
    Você vai estar bem no meio do caminho :/

    – Sim…. como falei antes.. de Fraile até Playta é de boa.
    De Playta em diante começa a complicar um pouco, mas nada de outro mundo.
    Mas subir no Marconi…….. digo que tem que ter um pouco de experiência.

    – Pura caminhada sobre glaciar…… não passa por escalada de gelo Técnica. Talvez no destrepe do glaciar para passar entre os seracs vc vá fazer uma chaminé entre os blocos de gelo, mas de boa.
    Vc vai estar sobre glaciar. Recomendasse andar encordado. Mesmo que não haja escalada técnica.

    – Não, ou pelo menos não as vi. Passamos um bucado e perdemos um tempo pra destrepar dele.

    Não posso te falar pq nunca fiz o Treking do C. Torre. Mas é mais ou menos assim mesmo …. Um monte de ondulação e cheio de gratas, mas quando vc entra no glaciar principal, ou seja, passa o Passo Marconi fica tudo plano e reto.

    É mais fácil quando se senta de frente pro mapa, mas pode ir perguntando.

    Observe também que esse é meu ponto de vista e impressões que tive sobre o percurso. Longe de ser a verdade universal. Algumas pessoas nos chamaram de doidos por irmos sem raquetas e tão leves, outras já curtiram nossa estratégia e fizeram igual.
    Talvez seja bom vc ter outras perspectivas, a Kika também fez a travessia logo atrás da gente.

    Grande Abraço Fernando e qq coisa estamos ae. 🙂

  11. Fernando disse:

    Arthur vamos lá:

    Minha idéia é se não tivermos uma janela muito boa é; ir ( com mal tempo ) até o + prox possível do glacial e só depois iniciar a travessia
    Rolá?

    Até onde podemos ir em “segurança” com mal tempo? Playta?

    Quando vc diz Seracs o que é?

    Destrepar do glacial é quando?

    Eu ainda não consegui achar um bendito mapa, com o mapa vc acha q minhas duvidas em relação a acampamentos, distâncias, e principamente CAMINHO serão resolvidas? Pois assim eu desencano e vou outros detalhes

    Valeu

  12. Fernando disse:

    Obs: semana que vem vou para o Rock in Rio 25/09 vc conhece alguém que pode nos alugar grampos e piolet 04pçs? Vamos viajar em 26/12 a 11/01
    Teria como a gente conversar pessoalmente? assim vc me passa os “betas” melhores!
    No aguardo Valeu

  13. Arthur Estevez disse:

    Ola……………
    Sim….. Acredito que o unico lugar seguro pra ir com mal tempo é Playta….. e mesmo assim ali venta um bocado.

    Da Wikipedia: “Um serac é um bloco de gelo de grandes dimensões, fragmentado em e gretado, pertencente a um glaciar, e cuja ruptura se deve ao movimento do gelo em zonas de grandes pendentes. A concentração de seracs é conhecida como “cascadas de seracs”.
    Os seracs formam-se pela intersecção de crevasses nos glaciares. Por vezes os blocos são da dimensão de casas, ou mesmo maiores.
    Os seracs são perigosos para os montanhistas, pois podem quebrar ou virar sem prévio aviso. Só na Suíça as quedas de seracs entre 1914 e 1983 fizeram 124 mortes. Mesmo estabilizados pelo persistente tempo frio podem ser impeditivos ao atravessamento dos glaciares: um desses obstáculos está no Shishapangma e é bem conhecido pelos montanhistas que visitam esta montanha do Himalaia.”
    Normalmente no final do glaciar tem uns desdobramentos que formam uns seracse umas crevasses e vc tem que jogar com eles pra poder fazer o “destrepe”.
    So de vc não saber essa termologia já fico preocupado em vcs entrarem no Viedna. 8/
    O destrepe é bem depois que vc passa los Altares, mas depois vc passa por mais uns dois glaciares menores.
    O Mapa ajuda muito! Mas nao resolve tudo!

  14. Arthur Estevez disse:

    Agora fiquei mais preocupado com vcs no Rock&Axe que no Gelo Continental. 😛 rs.
    Não…. como falei, so lá mesmo. Duvido que vc encontrarem alguem pra alugar crampons pra vc no Rio. rs
    A não ser que tenha alguem subindo barranco de crampon puraqui e eu nao saiba 🙂
    Certamente ….. se eu estiver pelo Rio nessa data e puder receber vcs vai ser um grande prazer trocar essa ideia.
    Posso mostrar fotos e o mapa.

  15. Fernando disse:

    Artur estarei no rio domingo as 14:00 posso te ligar ?

    Valeuuu

  16. Borrego disse:

    Aí vamos nós!…estou na empreitada aqui Mr Fernando!!! Ei Arthur…legal os depoimentos!…ajudou bem aqui!…aliados as Garimpadas do Fernando vai ser td muito útil! 😉

  17. Arthur Estevez disse:

    Salve.. que bom estar ajudando…
    Fiquei esperando a ligação do Fernando no domingo mas ela não aconteceu.
    De qualquer forma, boa empreitada para voces… 🙂

  18. Fernando disse:

    Arthur não te ligamos pois as 14:00 já estávamos no rock n rio foi bem loco lá!
    Seguinte aonde eu vejo em relação as Janelas….é um site que consigo acessar daqui ou é uma previsão passada lá no posto dos guardas parques na entrada da cidade? se for lá temos que todos os dias verificar?
    Equipo vamos deixar para alugar tudo lá, dá esquema né?!

    vamos nos falando

    valeuu

  19. Borrego disse:

    Me surpreendo lendo minhas próprias palavras já tendo retornado de El Chalten e vendo as coisas com outros olhos!

    Digo a todos que a vontade de estar em algum lugar, deve ser menor e menos importante que a responsabilidade de partir seguro e voltar tão bem quanto em sua saída.
    E que a prudência e conhecimento…que a capacidade física e técnica não deve superar a razão e a emoção.

    Fico com El Chalten na memória e com a pendencia de contemplar com meus próprios olhos a magnitude daquela vastidão de montanhas e neve.
    E com a seguinte lição: “Prefira os que dizem não resolutamente aos que dizem sim vacilantemente.”

    😉

  20. Arthur Estevez disse:

    Legal galera…………….
    O Importante e vcs terem ido……. E VOLTADO………… 🙂
    Com a atividade completa ou não. Qualquer experiencia naquele lugar e extremamente valida…..

  21. Borrego disse:

    De fato! 🙂
    Cara, q q dia preciso mandar lhe umas fotos, vou separar aqui, fiquei com umas duvidas em alguns pontos e queria umas dicas.
    Vou listar as coisas em uma Doc e te envio por e mail!
    Se não for incomodo!

    Obrigado

  22. Arthur Estevez disse:

    Pode mandar sim Eduardo…
    so lembre que o glaciar é um rio congelado e vive em mutanção.
    Mas os passos da pra lembram sim 😉
    Bração

  23. Borrego disse:

    Cá estamos novamente!
    Cara, tudo trata-se de preparo … andei analizando dados do gps e olhando e reolhando os mapas…..50% dos problemas foram com navegação os outro 50% foram inexperiência.
    Fotos e conversas clareiam…mas o que resolve mesmo é o conhecimento e o trabalho em equipe amigo.
    Forte abraço

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