Albergues ou refúgios são os lugares que abrigam os peregrinos no Caminho de Santiago.
Albergue em Ribadiso – Galicia
Desde o século IX, e especialmente à partir do século XI, os peregrinos foram acolhidos nos mosteiros ao longo do caminho, beneditinos, de inicio, e depois de diversas ordens, monásticas ou não. Com o grande aumento da peregrinação, hospitais foram construídos para abrigar osperegrinos, especialmente os enfermos, tendo alguns alcançado grande prestígio no caminho.
Santuario San Juan de Ortega – Burgos
Construções grandiosas mostram a grande intensidade da peregrinação a Compostela. Ainda hoje podemos observar antigos hospitais, verdadeiros tesouros de arte arquitetônica, que serviam de abrigo aos peregrinos. Os dois exemplos mais destacados são os hospitais de Leon (San Marco) e Santiago (Reyes Católicos), hoje transformados em paradores nacionais, hotéis 5 estrelas que abrigam ricaços e políticos, e antes abrigavam peregrinos doentes.
Hostal San Marco – Leon
Hostal Reyes Catolicos – Santiago de Compostela
Nos albergues é necessário apresentar a credencial do peregrino, documento confeccionado pela Oficina do Peregrino, em Santiago de Compostela, que é enviado às paróquias ou às associações ou confrarias, mediante solicitação e a pequeno preço, para ser distribuído aos peregrinos pelo mundo afora.
Credencial do Peregrino
Com esta credencial o peregrino pode ser acolhido em um albergue. Há albergues geridos pela Igreja (e estes são os que mais têm o que poderíamos chamar de “espírito peregrino”), pelo município e pela iniciativa privada. Algumas associações de peregrinos mantém alguns albergues, como as da França, Inglaterra, Alemanha, Itália e Espanha. A Xunta da Galíciamantém albergues na Galícia, administrados por funcionários. Estes albergues atualmente cobram uma pequena quantia dos peregrinos.

Albergue de Neda – Xunta da Galicia
Os albergues da Igreja recebem donativos e dão comida e abrigo de graça a quem precisa. Até roupas e dinheiro, como o albergue de Grañon, (foto 9 e 10) por exemplo.
Filosofia de Grañon
Os albergues privados geralmente tem mais infra-estrutura e cobram de 5 a 10 Euros por noite. Eles aceitam reservas e em alguns deles, é possível ficar mais de uma noite, o que não é possível, salvo poucas exceções, nos albergues geridos pela Igreja ou pelas prefeituras.
Albergue de Viloria, do brasileiro Acácio
Há regras a serem seguidas pelos albergues, especialmente os da Igreja e os municipais. Recolher-se até as 22 h. Sair até as 8 horas. Silencio após as 22 h, etc.
Os espaços geralmente são grandes, com beliches e banheiros, na maioria, separados, para homens e mulheres.
Hoje quase todos têm lavadora e secadora de roupa. Muitos têm cozinha e é permitido fazer a própria refeição. Alguns têm acesso a Internet, a preço baixo.
Os albergues propiciam a convivência fraterna entre os peregrinos. Tornam possível o contato com pessoas de diferentes extratos sociais, línguas, religiões e profissões diversas. Propicia a troca de experiências e é uma fonte de grandes amizades, que muitas vezes, ultrapassam o Caminho.
Albergue Cuatro Cantones – Belorado
Clinete Lacativa